sexta-feira, 5 de junho de 2015

Anás e Caifás

Anás
Anás, ocupava o mais alto posto religiosos o de sumo sacerdote, entre 7 e 14 d. C. Em 25 d. C. Caifás, que se casara com a filha de Anás (Jo 18:13), foi elevado àquele cargo público e, provavelmente, Anás terá sido eleito presidente do Sinédrio, ou procurador, ou coadjutor do sumo sacerdote e era, deste modo, também chamado sumo sacerdote, juntamente com Caifás (Lucas 3:2).
De acordo com a lei mosaica, o sumo sacerdócio era um posto vitalício e embora Anás tivesse sido deposto pelo procurador romano, os judeus viam-no legalmente ainda com sumo sacerdote.

Cristo Jesus foi levado primeiro perante a Anás e, após um breve interrogatório (Jo 18: 19-23), foi enviado a Caifás, quando alguns membros do Sinédrio se juntaram para julgarem pela primeira vez (Mt 26:57-68). Este interrogatório do Cristo Jesus perante Anás só é registrado por João. Anás era presidente do Sinédrio perante o qual Pedro e João foram também trazidos (At 4:6).
Caifás
Caifás (Joseph Caiaphas) sumo sacerdote judeu contemporâneo de Jesus e conspirou contra ele. É citado várias vezes no Novo Testamento (Mt 26:3; 26,57; Lc 3:2; 11: 49; 18: 13-14; Jo 18:24,28 e At 4,6). Caifás tornou-se sumo sacerdote graças ao governador Valério Gratus, permanecendo com tal por 19 anos. Foi deposto por Vitélio eem torno do ano 36. Casado com a filha de Anás. Foi diante dele que, questionado, Jesus afirmou ser o filho de Deus, sendo acusado de blasfêmia e condenado à morte por crucificação. Posteriormente, Caifás e Anás, seu sogro, já em Jerusalém, tentaram desmoralizar e impedir os apóstolos de divulgarem a mensagem de Jesus Cristo. É tido como um dos principais artífices e articuladores da perseguição implacável contra os cristãos, incitando o povo para que exigisse a soltura de Barrabás em vez da de Jesus (os romanos tinham tirado do Conselho judaico o direito de executar sentenças capitais. Por esse motivo, para obter a confirmação da sentença de condenação, Caifá mandou que entregasse Jesus a Pilatos).
Sua extensa permanência no sumo sacerdócio é um indicio mais que significativo de que mantinha umas relações muito cordiais com a administração romana, também durante a administração de Pilatos. Nos escritos de Flávio Josefo, se mencionam em várias ocasiões os insultos de Pilatos à identidade religiosa e nacional dos judeus e as vozes de personagens concretos que se alcançaram protestando contra ele.
A ausência de Caifás, que era o sumo sacerdote precisamente nesse momento, entre os que se queixavam dos abusos de Pilatos, põe de manifesto as boas relações que havia entre ambos. Essa mesma atitude de proximidade e colaboração com a autoridade romana e a que se reflete também no que contam os Evangelhos em torno do processo de Jesus e sua condenação à morte na cruz (Mt 27:1-2; Mc 15:1; Jo 18:28).

Para conhecer como entenderam os primeiros cristãos a morte de Jesus, é significativo o que narra em seu evangelho sobre as deliberações prévias à sua condenação:  “Um deles, porém, chamado Caifás, que era sumo sacerdote naquele ano, disse-lhes: Vós nada sabeis, nem considerais que vos convém que morra um só homem pelo povo, e que não pereça a nação toda. Ora, isso não disse ele por si mesmo; mas, sendo o sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus havia de morrer pela nação, e não somente pela nação, mas também para congregar num só corpo os filhos de Deus que estão dispersos” (João 11:49-52).

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