sexta-feira, 12 de junho de 2015

Sinédrio


Sinédrio


A palavra Sinédrio, significa: conselho. Era esse o nome do supremo tribunal dos judeus em Jerusalém nos tempos do Novo Testamento. Pode ter alguma relação histórica com a primitiva assembléia dos anciãos israelitas no período pré-monarquia, formalmente extinguida pelos reis, embora não o tenha sido inteiramente de fato pela existência de cidades contrárias à forma de governo monárquico. O rei Josafá parece ter-lhe dado de algum modo a forma de um tribunal de justiça (2 Cr 19.8).
Os romanos permitiam aos judeus resolverem muitas de suas questões religiosas e nacionais. Consequentemente existiam numerosos sinédrios, ou seja, tribunais locais. Acima de todos eles, estava a corte suprema dos judeus, o grande Sinédrio de Jerusalém. Esse Sinédrio chegava mesmo a comandar uma força policial.
Não há referencias sobre o Sinédrio até o tempo de Antíoco, o Grande (246-226 a.C.), sendo então chamada GEROUSIA OU SENADO. Sabem-se que o Sinédrio era composto de 71 membros, escolhidos entre os varões eminentes, entre os quais estava o sumo sacerdote, pertencente também ao grupo, pessoas de relações deste.

COMPOSIÇÃO:
O Sinédrio era comandado por um presidente que era o sumo sacerdote. Normalmente os sumo sacerdotes eram do partido dos Saduceus, e eram os homens mais poderosos do Sinédrio. O sumo sacerdote era o capitão do templo (Atos 5:24-26). Os sacerdotes mais próximos do presidente do Sinédrio serviam de tesoureiros, controlando os salários dos outros sacerdotes e monitorando a vasta quantia de dinheiro que era arrecadada no Templo.
A Segunda categoria principal dos membros do Sinédrio eram os anciãos. Esses homens representavam a aristocracia sacerdotal e financeira na Judéia. Leigos distintos como José de Arimatéia (Marcos 15:43), dividiam a visão conservadora dos saduceus e davam a assembléia à diversidade de um parlamento moderno.
Os membros mais recentes do Sinédrio eram os escribas. A maioria deles eram fariseus. Eles eram advogados profissionais treinados em teologia, direito e filosofia. Eram organizados em grêmios e normalmente seguiam rabinos ou professores célebres. Gamaliel, um escriba famoso do Sinédrio, que aparece no Novo Testamento (Atos 5:34), foi o erudito que instruiu o apóstolo Paulo (Atos 22:3).
FUNCIONAMENTO:
Por ser o tribunal supremo da nação judia, tinha caráter tanto religioso quanto secular, podia prender e coagir, mas não tinham poder para exercer penas capitais, estas deveriam ser confirmadas pelo governador romano. O processo para a condenação capital exigia o respaldo de duas testemunhas, eram ouvidos primeiro os defensores do acusado. A sentença de absolvição podia ser pronunciada no mesmo dia do processo, mas, a de condenação somente no dia seguinte. A votação era simples, o membro ficava de pé, começando sempre pelos membros mais novos. A condenação exigia a maioria acima de dois votos, ou seja, mais de 51% dos votos. Para absolvição bastava maioria simples, ou seja, 51% dos votos.
O SINÉDRIO NOS DIAS DE JESUS:
Nós sabemos mais sobre alguns aspectos do Sinédrio nos dias de Jesus do que sabemos sobre ele antes ou depois. Uma coisa que sabemos é a extensão de sua influência. Oficialmente, o Sinédrio só tinha jurisdição na Judéia. Mas na prática ele tinha influência na província da Galiléia e até mesmo em Damasco (Atos 22:5). O trabalho do conselho era basicamente julgar assuntos da lei judaica quando surgiam discórdias. Em todos os casos, sua decisão era final. Eles julgavam acusações de blasfêmia como nos casos de Jesus (Mateus 26:65) e Estevão (Atos 6:12-14), e também participavam na justiça criminal.
Sobre a pena capital, o filósofo judeu Filo, indica que no período romano o Sinédrio podia julgar violações ao templo com pena de morte. Gentios que eram pegos ultrapassando o recinto chamado de "Átrio dos Gentios" eram avisados sobre uma pena de morte automática. Porém, o Novo Testamento e o Talmude discordam de Filo nesse ponto de vista. No julgamento de Jesus, as autoridades estavam convencidas em envolver o para mandar matar Jesus (João 18:31). governador romano Pilatos. Parece que só ele ou Herodes tinham poder
Mesmo assim não há uma certeza, já que no caso de Jesus, havia a proximidade da Páscoa. Como os judeus estavam em purificação para o evento, não queriam “sujar” as mãos com uma execução. Isso pode explicar o fato deles terem praticamente implorado a Pilatos a condenação e execução de Cristo, como se não tivessem poder ou permissão para isso, e algum tempo depois o mesmo Sinédrio condenou e executou Estevão. O certo é que não existe uma certeza do poder de vida e morte do Sinédrio.
J. DIAS
Fontes:
Dicionário Bíblico - Editora Didática Paulista
Panorama do Novo Testamento – Editora Vida Nova
Novo Dicionário da Bíblia – John Davis – Editora Hagnos

Barrabás

Barrabás
O nome Barrabás (do aramaico: “Bar”, filho, e “abbas”, pai). Barrabás significa literalmente “filho do pai”. Nasceu na cidade de Jopa, ao sul da Judeia. Integrante do partido judeu denominado de “Zelote”, que lutava contra a dominação romana. Foi contemporâneo de Jesus Cristo. É claro que Barrabás apresenta o maior contraste.
“Ora, por ocasião da festa costumava o governador “Pilatos” soltar um preso, escolhendo o povo aquele que quisesse. Nesse tempo tinham um preso notório, chamado Barrab´s. Portanto, estando o povo reunido, perguntou-lhe Pilatos: Qual quereis que vos soltre? Barrabás ou Jesus". (Mateus 27:15-17)
Embora na verdade se escreva pouco sobre ele, os escritores nos deram informações suficientes para pintarmos um quadro bem vívido em nossas mentes desse homem. Barrabás tinha um bom nome. "Aba", na época de Jesus, era provavelmente um título de honra, significando "filho do mestre ou do professor" ou "filho de um rabi". No entanto, Barrabás não fazia justiça a esse nome. Ele foi o criminoso escolhido pela multidão de Jerusalém para ser solto ao invés de Jesus Cristo. Era costume libertar um prisioneiro na Festa da Páscoa. Mateus 27:16 o chama de um "preso muito conhecido". Marcos 15:7 diz que ele foi "preso com amotinadores, os quais em um tumulto haviam cometido homicídio". Lucas 23:19 afirma que ele foi lançado na prisão "por causa de uma sedição na cidade e também por homicídio". João 18:40 o chama "salteador". Não há mais pormenores, e qualquer outra dedução seria mera suposição. O que sabemos de fato é que Barrabás era um perturbador da ordem pública, “responsável por insurgência” vil, de má fama, salteador e assassino. Essa era a forma como Pedro o chama em Atos 3:14. “Vocês negaram publicamente o Santo e Justo e pediram que fosse libertado um assassino”. A penalidade para suas ações foi à morte.  É simplesmente ridículo ser oferecido em comparação com o Filho do Altíssimo. Retratar o nosso Senhor ao lado desse homem vil e depois ser trocado por ele é uma cena tão ultrajante que nos faz estremecer. O único denominador comum entre Barrabás e Jesus é que Jesus morreu para levar algo que não era seu os nossos pecados; Barrabás viveu levando algo que não era seu, e devia morrer.

domingo, 7 de junho de 2015

Nicodemos

Nicodemos
Nicodemos, nome grego que significa “homem do povo”, muito freqüente entre os judeus. Viveu e morreu no século I, pertencia aos principais do judaísmo, contemporâneo de Jesus Cristo. Era membro do Sinédrio, filiado ao partido dos fariseus. Mestre da Lei! Possuía muita autoridade. Jesus o Chamou de Mestre de Israel.
Segundo o Evangelho de João, mostrou-se favorável a Jesus. Ele aparece três vezes no evangelho:
Na primeira, Nicodemos visita Jesus à noite para ouvir seus ensinamentos (João 3:1-21); Na segunda vez Nicodemos é mencionado nos Evangelhos quando os Fariseus e os principais sacerdotes procuram prender Jesus enquanto ele participa da festa dos Tabernáculos (João 7:45-51); Entretanto, Nicodemos é citado pela terceira vez no Evangelho, após a crucificação de Jesus, acompanhado de José de Arimatéia ajuda na preparação do cadáver de Jesus para ser colocado no sepulcro (João 19:38-42). Significantemente, esse evento ocorreu depois de Jesus ter sido levantado na cruz, permitindo Nicodemos ver o cumprimento de uma profecia feita por Jesus de que ele seria levantado como “Moisés” levantou a serpente no deserto (João 3:14)
No Evangelho de João 3: 1-21, Jesus fala para Nicodemos, que para ver o Reino do céu é precisos nascer de novo. O debate entre Jesus e Nicodemos é a fonte de várias manifestações do cristianismo, especificamente a frase descritiva do “nascer de novo”, utilizada para descrever a experiência de crer em Jesus como salvador.
Embora não haja nenhuma fonte de informação clara sobre Nicodemos fora do Evangelho de João, muitos historiadores identificam-no com Nicodemos Bem Gurin, mencionado no Tamude como um homem rico, figura respeitada, generosa e popular, com reputação de ter tido poder milagroso.


A tradição cristã também afirma que foi martirizado no primeiro século.

sábado, 6 de junho de 2015

José de Arimatéia

José de Arimetéia
José de Arimatéia leva este cognome Arimatéia por ter sua origem na cidade de Arimatéia, na região da Judéia.
Era um homem dedicado ao comércio que tinha iniciado com seu pai que veio morar em Jerusalém. Possuía muitos bens sendo considerado rico. Homem de muito prestígio, tanto que passou a fazer parte entre os 71 membros do Sinédrio de Jerusalém. No Sinédrio, Arimatéia recusou, em plenário, a condenação de Jesus. O Sinédrio era o colégio dos mais altos magistrados do povo judeu. Era também conhecido como “Sanhedrin”. O Evangelho de João o cita como discípulo e seguidor de Cristo Jesus mesmo que estivesse oculto. Conforme João:
Depois disso, José de Arimatéia, o que era discípulo de Jesus, mas oculto, por medo dos judeus, rogou Pilatos que lhe permitisse tirar o corpo de Jesus. E Pilatos lho permitiu. Então, foi e tirou o corpo de Jesus.corpo de Jesus”. (Jo 19:38)
Depois da crucificação, José de Arimatéia que era muito amigo de Nicodemos e segundo a narrativa dos Evangelhos pediram a Pilatos a retirado do corpo de Jesus da Cruz para o sepultamento porque estava chegando o sábado judaico. Pilatos deixou que o sepultassem. José de Arimatéia era o dono do sepulcro novo e forneceu o lençol de linho em que Jesus foi envolvido, hoje, conhecido como “Santo Sudário”, foi embalsamado, conforme o ritual judaico e o sepultaram cerca de 30 metros do local da crucificação e de onde ressuscitou três dias depois da morte. (Mateus 27:59; Marcos 15:40-47; Lucas 23:50,55; João 19:38)
José de Arimatéia e o Santo Grau (cálice de Jesus da última ceia)
O mundo da literatura e cinematografia de ficção moderna nos últimos anos escreveu e divulgou muito a respeito às antigas ordens que possuíam o Santo Grau. Tudo isto movimentado pela linha de pensamento que José de Arimatéia ficou de posse do Cálice de Jesus da última ceia e levou para a Inglaterra onde passou o resto de sua vida. Este cálice tão procurado e falado passou a ser conhecido como o Santo Graal. Na Inglaterra Lendas Arturianas se encarregaram de divulgá-lo.



Pilatos (Pôncio Pilatos)

Pôncio Pilatos
Foi o quinto Procurador/Imperador da Judeia de 26 a 36 d. C. designado pelo Imperador romano Tibério (Lucas 13:1). Exerceu por um longo período que abrangeu a vida de João Batista e Jesus, teve muitas desavenças com os judeus. Em duas ocasiões ofendeu-os gravemente, interferindo em seus costumes e usos religiosos. Certa vez, introduziu insígnias militares na Cidade Santa com imagem de Tibério, embora sabedor que a imagem esculpida constituía uma ofensa aos judeus. Em outra ocasião, apropriou-se do dinheiro do Templo para financiar obras públicas como um aqueduto para Jerusalém. Essas medidas quase terminaram com uma grande revolta popular. Declarou quatro vezes em público a inocência de Cristo Jesus e, por fim, “lavou as mãos”. Os romanos tinham tirado do Conselho judaico (Sinédrio) o direito de executar sentenças capitais. Por esse motivo, para obter a confirmação da sentença de condenação Jesus foi entregue a Pilatos, que o questionou a respeito de ele ter declarado ser o rei dos judeus. As pouquíssimas respostas de Jesus deixaram Pilatos surpreso, e ele ficou desconfiado do motivo por que os judeus queriam ver Jesus condenado. Ele decidiu então lhes dar a oportunidade de escolher entre Barrabás e Jesus. A multidão escolheu Barrabás para ser libertado e exigiu que Jesus fosse crucificado. A esposa de Pilatos o alertou para que ele não se responsabilizasse pela morte de um inocente. Pilatos lavou suas mãos e anunciou que o sangue de Jesus estava nas mãos do povo antes de entregar Jesus para ser chicoteado e crucificado. Pilatos é visto como um líder fraco que buscava agradar as multidões, em vez de se comprometer com a justiça. No Evangelho de Lucas, ele envolveu Herodes na investigação sobre a culpabilidade de Jesus numa tentativa de passar adiante a responsabilidade. Pilatos é o autor das palavras pregadas na cruz de Jesus: “Jesus de Nazaré , Rei dos Judeus”. Pilatos deu permissão a José de Arimateia para levar o corpo de Jesus. Ele ordenou que um selo fosse colocado no túmulo de Jesus e uma guarda mantivesse vigia. (Mt 27:2,11; 26:57;58:62-66; Mc15:1-15; Lc 3:1; 13:1; 23:1-2,52; Jo 18:28; 19:22; At 4:27; 13;28)

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Anás e Caifás

Anás
Anás, ocupava o mais alto posto religiosos o de sumo sacerdote, entre 7 e 14 d. C. Em 25 d. C. Caifás, que se casara com a filha de Anás (Jo 18:13), foi elevado àquele cargo público e, provavelmente, Anás terá sido eleito presidente do Sinédrio, ou procurador, ou coadjutor do sumo sacerdote e era, deste modo, também chamado sumo sacerdote, juntamente com Caifás (Lucas 3:2).
De acordo com a lei mosaica, o sumo sacerdócio era um posto vitalício e embora Anás tivesse sido deposto pelo procurador romano, os judeus viam-no legalmente ainda com sumo sacerdote.

Cristo Jesus foi levado primeiro perante a Anás e, após um breve interrogatório (Jo 18: 19-23), foi enviado a Caifás, quando alguns membros do Sinédrio se juntaram para julgarem pela primeira vez (Mt 26:57-68). Este interrogatório do Cristo Jesus perante Anás só é registrado por João. Anás era presidente do Sinédrio perante o qual Pedro e João foram também trazidos (At 4:6).
Caifás
Caifás (Joseph Caiaphas) sumo sacerdote judeu contemporâneo de Jesus e conspirou contra ele. É citado várias vezes no Novo Testamento (Mt 26:3; 26,57; Lc 3:2; 11: 49; 18: 13-14; Jo 18:24,28 e At 4,6). Caifás tornou-se sumo sacerdote graças ao governador Valério Gratus, permanecendo com tal por 19 anos. Foi deposto por Vitélio eem torno do ano 36. Casado com a filha de Anás. Foi diante dele que, questionado, Jesus afirmou ser o filho de Deus, sendo acusado de blasfêmia e condenado à morte por crucificação. Posteriormente, Caifás e Anás, seu sogro, já em Jerusalém, tentaram desmoralizar e impedir os apóstolos de divulgarem a mensagem de Jesus Cristo. É tido como um dos principais artífices e articuladores da perseguição implacável contra os cristãos, incitando o povo para que exigisse a soltura de Barrabás em vez da de Jesus (os romanos tinham tirado do Conselho judaico o direito de executar sentenças capitais. Por esse motivo, para obter a confirmação da sentença de condenação, Caifá mandou que entregasse Jesus a Pilatos).
Sua extensa permanência no sumo sacerdócio é um indicio mais que significativo de que mantinha umas relações muito cordiais com a administração romana, também durante a administração de Pilatos. Nos escritos de Flávio Josefo, se mencionam em várias ocasiões os insultos de Pilatos à identidade religiosa e nacional dos judeus e as vozes de personagens concretos que se alcançaram protestando contra ele.
A ausência de Caifás, que era o sumo sacerdote precisamente nesse momento, entre os que se queixavam dos abusos de Pilatos, põe de manifesto as boas relações que havia entre ambos. Essa mesma atitude de proximidade e colaboração com a autoridade romana e a que se reflete também no que contam os Evangelhos em torno do processo de Jesus e sua condenação à morte na cruz (Mt 27:1-2; Mc 15:1; Jo 18:28).

Para conhecer como entenderam os primeiros cristãos a morte de Jesus, é significativo o que narra em seu evangelho sobre as deliberações prévias à sua condenação:  “Um deles, porém, chamado Caifás, que era sumo sacerdote naquele ano, disse-lhes: Vós nada sabeis, nem considerais que vos convém que morra um só homem pelo povo, e que não pereça a nação toda. Ora, isso não disse ele por si mesmo; mas, sendo o sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus havia de morrer pela nação, e não somente pela nação, mas também para congregar num só corpo os filhos de Deus que estão dispersos” (João 11:49-52).